Eu confesso ainda estou no
terceiro capítulo, não é por falta de interesse, mas sim de tempo e
disponibilidade. Óbvio que assim não conseguirei fazer um resumo detalhado, contudo
posso dizer que até agora o que de facto me tem cativado são as caracterizações
que o Alberto Soares (personagem principal) faz dos espaços e das pessoas. Ele
tem uma perspetiva peculiar das coisas, o que torna tudo mais interessante. Por
exemplo, quando ele se foi apresentar no Liceu de Évora encantou-me a forma
como ele descreveu o espaço (“Mas era como se o tempo habitasse os claustros de
mais longe, talvez pela imensidão da planície, que lhe dava um ar de ruína.”),
parecia que estava a falar de um convento o que não se compara com um Liceu. E
também a maneira que caracterizou o funcionário (“Um empregado escuro olhou-me
vagarosamente, longo bigode caído, olhos redondos de pasmo como os de um
retrato egípcio.”) e o reitor.
Outro aspeto interessante foi a
caracterização do café onde Alberto ia encontrar-se com o Dr. Moura. Era
terça-feira o que significava que era “dia dos porcos”, ou seja, era um grande
dia havia muita movimentação e isso originava de certa forma um ligeiro desconforto
da parte de Alberto visto que o seu ambiente ideal era um quarto ou uma sala,
rodeado de livros e dos seus pensamentos. Era um pouco diferente do que ele
estava acostumado (“…vasto túnel apinhado de gente (…) achei a custo um lugar
no canto, à esquerda de quem entra e onde viria a instalar-me para sempre.”). Pelas citações podemos concluir que lugares
movimentados não eram definitivamente uma atração para Alberto.