Inteira Me Deixo Aqui
Inteira me deixo aqui,
inteira, posto que ausente,
- neste corpo que nasci
fez-me a vida ou minha mente?
De ninguém sobrevivi.
Ah! vida, me fiz consciente,
mestiça de mim, de ti ,
em morte - quase semente.
E em terra desejo estar
e sempre, enquanto me alerto
nas vozes de vento e mar.
Sem jamais me resolver
a conter-me num deserto
ou saciar-me de morrer.
Maria Ângela de Alvim nasceu no 1 de janeiro de 1926 em Minas Gerais. Maria apenas publicou um livro em toda a sua vida (Superfície, 1950). Existem rumores de que em algumas páginas da sua obra, é transmitido aos leitores a ideia que a autora cometeu um suicídio em 1959. Em outras páginas afirma-se que Maria morreu de uma "doença nervosa", o que parece ser um eufemismo da época pois nessa altura os suicídios causavam mal-estar e desconforto.
O poema que mais me agradou foi "Inteira me deixo aqui". Este poema pode ser analisado de várias perspetivas, o que é geralmente comum nos poemas, visto que cada um tem uma visão diferente das coisas. Eu considero ter algumas perspetivas interessantes acerca deste poema.
Na primeira quadra, o sujeito poético pode estar a referir-se à sua vida ou até a si própria. Ela pode estar a querer dizer que deixou a sua vida para trás ou até mesmo querer dizer que deixou a sua maneira de ser para trás. A última estrofe da primeira quadra pode eventualmente levar-nos à reflexão. Será que foram os acontecimentos da vida que me fizeram ou a minha forma de pensar? Eis aqui uma pergunta que dá que pensar. Outro aspeto que me chamou à atenção foi o facto de o sujeito poético referir a forma como nos sentimos quando estamos demasiado cansados e exaustos para continuar "a jornada da nossa vida" e nos sentimos como se estivéssemos a morrer, metaforicamente falando, como se já não tivéssemos forças para seguir em frente. A vida fez-nos conscientes, ou seja, o sujeito poético é uma mistura de experiências de vida e dela própria (da sua essência), acabando por ganhar maturidade e rigidez aprendendo a lidar com as situações de caráter mais grave.
No primeiro terceto, Maria quer transmitir-nos a seguinte mensagem, devemos estar sempre com os "pés assentes na terra", presentes na realidade que é a vida. Que bom conselho!
Para concluir, no soneto, o sujeito poético refere outro conselho valioso. Nunca nos devemos contentar ou ficar parados sabendo que podemos fazer mais, tanto por nós como pelo nosso próximo. Tal como a expressão popular indica, "não vou morrer na praia". Temos de lutar pelos nossos ideais e orgulharmo-nos das nossas batalhas, mesmo se perdemos.
Eu considero que este poema é deveras inspirador, e mal posso esperar para ler outros poemas da autoria de Maria Ângela de Alvim.
O poema que mais me agradou foi "Inteira me deixo aqui". Este poema pode ser analisado de várias perspetivas, o que é geralmente comum nos poemas, visto que cada um tem uma visão diferente das coisas. Eu considero ter algumas perspetivas interessantes acerca deste poema.
Na primeira quadra, o sujeito poético pode estar a referir-se à sua vida ou até a si própria. Ela pode estar a querer dizer que deixou a sua vida para trás ou até mesmo querer dizer que deixou a sua maneira de ser para trás. A última estrofe da primeira quadra pode eventualmente levar-nos à reflexão. Será que foram os acontecimentos da vida que me fizeram ou a minha forma de pensar? Eis aqui uma pergunta que dá que pensar. Outro aspeto que me chamou à atenção foi o facto de o sujeito poético referir a forma como nos sentimos quando estamos demasiado cansados e exaustos para continuar "a jornada da nossa vida" e nos sentimos como se estivéssemos a morrer, metaforicamente falando, como se já não tivéssemos forças para seguir em frente. A vida fez-nos conscientes, ou seja, o sujeito poético é uma mistura de experiências de vida e dela própria (da sua essência), acabando por ganhar maturidade e rigidez aprendendo a lidar com as situações de caráter mais grave.
No primeiro terceto, Maria quer transmitir-nos a seguinte mensagem, devemos estar sempre com os "pés assentes na terra", presentes na realidade que é a vida. Que bom conselho!
Para concluir, no soneto, o sujeito poético refere outro conselho valioso. Nunca nos devemos contentar ou ficar parados sabendo que podemos fazer mais, tanto por nós como pelo nosso próximo. Tal como a expressão popular indica, "não vou morrer na praia". Temos de lutar pelos nossos ideais e orgulharmo-nos das nossas batalhas, mesmo se perdemos.
Eu considero que este poema é deveras inspirador, e mal posso esperar para ler outros poemas da autoria de Maria Ângela de Alvim.