quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Inteira Me Deixo Aqui - Maria Ângela de Alvim

Inteira Me Deixo Aqui


Inteira me deixo aqui,
inteira, posto que ausente,
- neste corpo que nasci
fez-me a vida ou minha mente?

De ninguém sobrevivi.
Ah! vida, me fiz consciente,
mestiça de mim, de ti ,
em morte - quase semente.

E em terra desejo estar
e sempre, enquanto me alerto
nas vozes de vento e mar.

Sem jamais me resolver
a conter-me num deserto
ou saciar-me de morrer. 


Maria Ângela de Alvim nasceu no 1 de janeiro de 1926 em Minas Gerais. Maria apenas publicou um livro em toda a sua vida (Superfície, 1950). Existem rumores de que em algumas páginas da sua obra, é transmitido aos leitores a ideia que a autora cometeu um suicídio  em 1959. Em outras páginas afirma-se que Maria morreu de uma "doença nervosa", o que parece ser um eufemismo da época pois nessa altura os suicídios causavam mal-estar e desconforto.
O poema que mais me agradou  foi "Inteira me deixo aqui". Este poema pode ser analisado de várias perspetivas, o que é geralmente comum nos poemas, visto que cada um tem uma visão diferente das coisas. Eu considero ter algumas perspetivas interessantes acerca deste poema.
Na primeira quadra, o sujeito poético pode estar a referir-se à sua vida ou até a si própria. Ela pode estar a querer dizer que deixou a sua vida para trás ou até mesmo querer dizer que deixou a sua maneira de ser para trás. A última estrofe da primeira quadra pode eventualmente levar-nos à reflexão. Será que foram os acontecimentos da vida que me fizeram ou a minha forma de pensar? Eis aqui uma pergunta que dá que pensar. Outro aspeto que me chamou à atenção foi o facto de o sujeito poético referir a forma como nos sentimos quando estamos demasiado cansados e exaustos para continuar "a jornada da nossa vida" e nos sentimos como se estivéssemos a morrer, metaforicamente falando, como se já não tivéssemos forças para seguir em frente. A vida fez-nos conscientes, ou seja, o sujeito poético é uma mistura de experiências de vida e dela própria (da sua essência), acabando por ganhar maturidade e rigidez aprendendo a lidar com as situações de caráter mais grave.
No primeiro terceto, Maria quer transmitir-nos a seguinte mensagem, devemos estar sempre com os "pés assentes na terra", presentes na realidade que é a vida. Que bom conselho!
Para concluir, no soneto, o sujeito poético refere outro conselho valioso. Nunca nos devemos contentar ou ficar parados sabendo que podemos fazer mais, tanto por nós como pelo nosso próximo. Tal como a expressão popular indica, "não vou morrer na praia". Temos de lutar pelos nossos ideais e orgulharmo-nos das nossas batalhas, mesmo se perdemos.
Eu considero que este poema é deveras inspirador, e mal posso esperar para ler outros poemas da autoria de Maria Ângela de Alvim.

Quem és tu? - Sophia de Mello Breyner

Olá pessoal! Tudo bem desde ontem? Bem, hoje venho falar-vos de um poema que a minha colega de turma, Catalina apresentou para nós no dia 15/12/2015 no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa. Eis aqui o poema de Sophia de Mello Breyner:

Quem és tu?

Quem és tu que assim vens pela noite adiante,
Pisando o luar branco dos caminhos,
Sob o rumor das folhas inspiradas?

A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.

A história da noite é o gesto dos teus braços,
O ardor do vento a tua juventude,
E o teu andar é a beleza das estradas.

No fim da sua apresentação, eu dei a minha apreciação crítica em relação à escolha do poema. Para começar, eu penso que seja importante referir que Sophia é uma das minhas autoras preferidas, tendo em que conta que tenho sido acompanhada pelas obras da sua autoria desde a minha pequenez.  
Eu gostei deste poema em especial e digamos que despertou a minha atenção apesar de o tema ser comum: o amor. Contudo, Sophia fala do amor de uma maneira diferente, uma maneira oculta que desperta a curiosidade do leitor. As comparações que ela faz entre o “tu” e alguns aspectos da natureza são “deliciosas”, como diria a minha professora de Português e Literatura.  

Concluindo, na minha opinião a Catalina fez uma boa escolha acerca do poema e soube analisá-lo cuidadosamente e apresentá-lo devidamente. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Apreciação Crítica - Palestra à Escola Básica du Bocage

Olá a todos? Como estão? Hoje venho-vos falar de uma experiência interessante pela qual eu passei no dia 12/11/2015 com a minha turma!
Boa leitura e espero que gostem!

Ontem deslocámo-nos da nossa escola até à Escola Básica du Bocage com o objetivo de proferir uma palestra sobre Bocage bem como os nossos conhecimentos no âmbito da Literatura Portuguesa.
Na nossa opinião, a apresentação podia ter corrido melhor mas, mesmo assim, a experiência foi interessante. Ter contacto com os nossos colegas do 9ºano e partilharmos as nossas ambições e expetativas foi muito gratificante.
No entanto, os nervos “apoderaram-se” de nós, o que dificultou a realização da actividade.

Para concluir, nós gostaríamos de repetir algo similar ao que fizemos, mas com outros temas que nos deixam mais confortáveis.

(Este texto foi feito por mim e pela minha colega de turma, Catalina, um dia depois de termos ido à Escola Básica)